quarta-feira, 22 de maio de 2013

PRÁTICA DE FORÇA MUSCULAR

Como vimos no post anterior a força pode ser medida por 1 RM e no dinamômetro. O metodo que utilizamos na aula, foi o de dinamometria. 
dinamômetro.


O dinamômetro é regulado pelo sistema do computador, onde tu coloca os dados que tu quer analisar antes, por exemplo: anglo, tipo de contração, que movimento vai fazer na sequencia (concêntrica/ concêntrica; excêntrica/concêntrica) - alguns exemplos.


No momento 1 foi utilizado somente a contração isométrica.
 A máquina posicionou o individuo  no grau determinado (20º), existe um sinal verde (no computador) que é acionado para que o individuo realize o movimento. No primeiro momento o inviduo teve que fazer a sua força máximo para extensão durante 5 segundos. Acontece um minuto de intervalo, o individuo continua posicionado, quando o tempo zerar ele faz toda a sua força máxima para flexão. 


Força máxima para extensão em isometria e 20°


                                  
Força máxima para flexão em isometria e 20°.

A máquina, novamente vai posicionar o individuo até 60° em isometria.

                                    
Força máxima para extensão em isometria e 60°

                                     
                                             Força máxima para flexão em isometria e 60°

Agora, em uma angulação de 100° e isometria.

Força máxima para extensão em isometria e 100°

                                     
                                               Força máxima para flexão em isometria e 100°

Resultado em isometria.
Podemos observar, que somente no angulação de 20° a força dos musculos flexores é maior que as do extensores. 



Agora, veremos individuo realizando flexão e extensão em uma contração concêntrica.
5 repetições, com velocidades determinadas pelo aparelho.

                                            
                                                           Movimento realizado a 120°/s


                                           
                                                            Movimento realizado a 60°/s

E agora veremos como funcionou o teste excêntrico de extensores e excêntrico de flexores. 

O que acontece? O comando da máquina, agora, é manual. Quando o professor der o sinal o aluno tinha que fazer toda força para flexão, a máquina responde com uma extensão. Chegando nos 60°/s pré estabelecidos, o aluno deve fazer toda força para extensão, a máquina responde com uma flexão. São 3 repetições. 

IMPORTANTE: Não parar de fazer força em nenhum momento, porque se parar de fazer força o dinamômetro para de andar, porque o aparelho reage ao movimento do individuo. 
Força máxima em 60°/s excentricamente

                                  



                                                  Força máxima em 120°/s excentricamente.

Então, o que devemos fazer é pegar o valor dos 60°/s (valor da literatura) excêntrico 139, que foi o pico de torque dos flexores excentricamente e dividi pelo pico de torque concêntrico dos extensores, que é 249. 

Excêntrico dos flexores/ Concêntrico dos extensores = 139/249. 

O resultado é 0,55, como temos na literatura como valor normativo pra razão funcional entre 0,9 e 1,2, podemos ver que o individuo testado tem desequilíbrio muscular. 
Uma maneira de melhorar esse resultado é fazer um reforço dos músculos flexores, potencializando em um treino excêntrico. Em o maior problema desse desequilíbrio é que sobrecarrega os ligamentos, podendo causar lesões. 

O que encontramos no teste do individuo de concêntrico/concêntrico? 

Temos uma relação força/velocidade, que nos indica que quanto mais rápido a força for produzida, menor força o individuo vai produzir. E é o que reflete nos resultados que encontramos, vimos que, em 60°/s o individuo fez 249, e no 120°/s ele fez 194°/s. 

Acontece umA relação HIPERBOLE: quanto maior a velocidade, menor é a força.  E é o que encontramos quando fizemos a avaliação concêntrica. 


A musculatura flexora tem fibras com comprimentos maiores, além dela conseguir produzir força em maiores comprimentos, ela consegue produzir força em maiores velocidades, porque ela é uma fibra longa. Então por isso que, a variação do valor encontrado para flexão (na contração concêntrica) nessas velocidades, acabam  não sendo tão grande. 

Quando vamos ver as contrações excêntricas, lembrando a relação força velocidade excêntrica (quanto maior for a velocidade, maior a força produzida, mas existe um ponto onde essa força estabiliza). Nesse valor, do individuo, podemos levar em conta: primeira vez fazendo um teste excêntrico no dinamômetro, em testes para estudo, o individuo seria treinado antes de realizar o teste final.

O que podemos levar em conta?
Como resultado final temos, 48% para extensor e 37% para flexor para índice de fadiga. 
O que isso nos indica?
Isso é treinável  ele é uma individuo que pode fadigar mais ou menos (dependendo da tarefa que ele for realizar), se ele for treinando atividades que forem semelhantes ao teste que exijam pra ele manter essa força em um determinado tempo, teoricamente ele diminuiria o índice de fadiga. Logo, o treinamento melhoraria o índice de fadiga. 





FORÇA MUSCULAR


Força- É a quantidade máxima de força que um músculo ou grupo muscular pode gerar em um padrão específico de movimento em determinada velocidade específica (Knuttgem e Kraemer, 1987).    
Objetivos da avaliação da força muscular
  •     Determinar a importância relativa desta força em determinado esporte , exercício físico ou atividade;
  •      Verificar fatores de risco para lesões osteomioarticulares;
  •     Avaliar o tipo de manifestação de força requerida;
  •     Determinar o perfil físico do atleta;
  •     Auxiliar na prescrição do treinamento específico;

Fatores que influenciam na avaliação da força muscular
  •         Ângulo articular
  •         Velocidade
  •         Tipo de contração (isométrica, concêntrica e excêntrica)
  •        Especificidade muscular
  •        Tempo de contração (quanto tempo a contração é sustentada)
 Teste de repetição máxima(1RM)
Carga na qual o indivíduo consegue realizar uma repetição de um determinado movimento em velocidade controlada.

N° de   repetições
    Fator de  correção
1
  1
2
  1,07
3
  1,10
4
  1,13
5
  1,16
6
  1,20
7      
  1,24
8
  1,27
9
  1,32
10
  1,36

Avaliação Isocinética
 avaliação isocinética tem como objetivo identificar desequilíbrios musculares que possam interferir na prática de atividades esportivas e até mesmo nas atividades da vida diária.  O dinamômetro isocinético permite quantificar o desempenho muscular do avaliado, atua como um método preventivo e terapêutico de lesões musculares.  A avaliação pode ser aplicada nas articulações de joelho, quadril, tornozelos, punho, cotovelo e ombro, sendo realizada com uma velocidade fixa e uma resistência adaptável. 

Com a avaliação podemos identificar 

  •          Pico de torque
  •          Índice de fadiga
  •          Diferenças bilaterais
  •          Razões funcional/convencional
  •          Trabalho total
  •          Ângulo do pico de torque


O teste
O avaliador escolhe as velocidades necessárias para que se possa conseguir os dados acima e o sujeito realiza o exercício para a articulação que precisa ser testada, desempenhando sua força máxima. A resistência do dinamômetro isocinético varia de acordo com a força aplicada pelo sujeito do teste, portanto, quanto mais força fizer, mais resistente o aparelho fica e vice-versa. Assim a avaliação se realiza de forma segura, pois o aparelho sempre vai responder de acordo com a capacidade individual, com uma carga adequada de trabalho. 



 Vantagens
·         A avaliação oferece dados bastante objetivos e válidos que permitem direcionar um programa de treinamento e/ou reabilitação;
·         Há diminuição da sobrecarga muscular, visto a resistência do aparelho contra o movimento a ser realizado. Portanto, se o sujeito apresentar dor durante o movimento ele responderá com diminuição de força e o aparelho imediatamente diminuirá a resistência fornecida, oferecendo acomodação para dor e fadiga;
·         Permite que o músculo seja exercitado com o máximo de força durante todo o movimento, uma vez que a velocidade do exercício é controlada;
·         Permite isolar grupos musculares, determinando onde ocorrem os déficits.
Indicações
·         Para atletas, a fim de avaliar risco de lesões e orientar seu programa de treinamento/ reabilitação;
·         Para pessoas que sofreram lesões do sistema músculo esquelético (músculos, articulações, ligamentos, tendões);
·         Para indivíduos que foram submetidos a cirurgias - para avaliação dos resultados pós-reabilitação.

Razões
Razão convencional

PT antagonista concêntrico/PT agonista concêntrico  

Razão funcional

PT antagonista excêntrico/PT agonista concêntrico

*PT- Pico de torque

Razão convencional  
0,5-0,7   Joelho e Ombro

Razão funcional
0,9-1,12  Joelho e Ombro








quinta-feira, 16 de maio de 2013

Jump Test e Teste de Wingate

Potência Muscular
A potência é definida  como a velocidade de realização de um trabalho, então é o produto da força pela velocidade. A potência muscular é o aspecto "explosivo" da força, o produto da força pela velocidade do movimento.
Potência aeróbia  x  Potência anaeróbia
           
Potência aeróbia- É definida como o índice de liberação de energia pelos processos metabólicos celulares que dependem da disponibilidade de oxigênio. A potência aeróbia máxima refere-se à capacidade máxima de ressíntese aeróbia de ATP pelas vias glicolítica aeróbia ou lipolíca, que fica limitada pelo sistema cardiovascular, e em menor extensão pela respiração e pelo metabolismo.  


Potência anaeróbia- É definida como o índice de liberação de energia pelos processos                    metabólicos celulares que funcionam sem grande participação do metabolismo oxidativo. Potência anaeróbia máxima, é a capacidade máxima do sistema anaeróbio (sistema ATP-PCr e sistema glicolítico anaeróbio, essas vias são usadas basicamente em exercícios de alta intensidade e menor duração) para a produção de ATP. Muitos testes proporcionam estimativas da potência anaeróbia máxima, como teste de potência crítica e teste de Wingate, (este último falemos um pouco mais, pois foi feito em aula).    

Teste de Wingate
O teste anaeróbio de Wingate foi desenvolvido durante a década de 1970 no Instituto Wingate, em Israel, a elaboração desse teste surgiu da necessidade de obter-se mais informações sobre o desempenho anaeróbio, uma vez que nas modalidades esportivas como 100m, por exemplo,  há necessidade da realização de movimentos com grande potência em poucos segundos. O teste anaeróbio de Wingate tem duração de 30 segundos, durante no qual o indivíduo que está sendo avaliado tenta pedalar o maior número possível de vezes contra uma força de frenagem realizada pelo cicloergômetro, com o objetivo de gerar a maior potência possível nesse período de tempo.  A potência é medida durante os 30 segundos de teste, mas a maior potência é encontrada nos primeiros 10 segundos do teste. A potência de pico é a maior potência atingida durante qualquer estágio do teste, e é um índice de potência anaeróbia.



Agora vamos observar a prática:


Três colegas realizaram o teste  e os resultados foram medidos em potência de pico, e potência relativa, dividida pela massa muscular de cada um.


Potência de pico
Potência relativa
Sujeito A
663W
7,2 W/Kg.
Sujeito B
698W
9,2 W/Kg







Analisando o gráfico podemos observar que  o sujeito 2, apesar de produzir uma menor potência de pico, apresenta uma maior produção de potência por unidade de peso. 


Squat Jump (SJ): 
O objetivo deste teste é avaliar a força explosiva dos membros inferiores através da execução de uma série de três saltos na potência máxima. Neste teste o sujeito deve executar um salto vertical a partir da posição parada e agachada (joelhos mais ou menos a 90°). Quando se começa o teste temos a força explosiva realizada pela musculatura dos membros inferiores atuando,o indivíduo então, terá menos altitude quando comparado aos demais saltos.



Counter-Movement Jump (CMJ): 
No salto, temos além da força realizada pelos membros inferiores, a força potencial elástica armazenada nos tecidos musculares e tendíneos, devido ao movimento rápido de agachamento e salto, levando então a uma maior altura quando se realiza o salto.


Os resultados:


SJ
CMJ
Sujeito 1
29,3cm
32,4cm
Sujeito 2
21,8cm
27,2cm

* As alturas atingidas foram medidas por uma plataforma de salto.






Com a realização dos testes percebemos a diferença de altura entre um salto que se inicia parado (SJ) e um salto que permite o movimento (CMJ).


quinta-feira, 9 de maio de 2013

Testes FC e Pressão Arterial em Exercício


Para análise de como a Frequência Cardíaca (FC) a Pressão Arterial Sistólica (PAS) e Pressão Arterial Diastólica (PAD) se comportam em função do exercício, foram utilizados dois protocolos:

Um teste steady-state em esteira, com duração de 10 minutos, com uma coleta em repouso de FC e PA, e durante o exercício, coleta de FC a cada minuto, e de PA a cada 2 minutos. E registro da FC e PA no período de recuperação (correspondente aos instantes 11, 12 e 13).



professor mensurando a pressão arterial do aluno em exercício 




E teste fazendo agachamento, até a falha, sendo realizadas duas séries, com coleta em repouso, no momento da falha e logo após.



PRESSÃO ARTERIAL


Pressão Arterial
                        Q             x          RVP
            (débito cardíaco)       (resistência periférica total)
                 (VS x FC)

A pressão arterial é consequência da força que o sangue exerce contra as paredes das artérias para conseguir circular pelo corpo. Quando o coração se contrai (sístole) para expulsar o sangue de seu interior, a pressão nas artérias atinge o valor máximo (pressão máxima ou sistólica). Quando a musculatura cardíaca relaxa (diástole) para permitir que o sangue volte a encher suas cavidades, a pressão cai para seus valores mínimos: é a pressão mínima ou diastólica. De acordo com os critérios internacionais estabelecidos, os valores de referência desejáveis da pressão arterial estão ao redor de120mmHg x 80mmHg, ou 12cm x 8cm.

Avaliação da Pressão Arterial

 Sistólica               Diastólica            Nível
 130                           85                     Normal
 130-139               85-89                  Normal limítrofe
 140-159               90-99                  Hipertensão leve
 160-179             100-109                Hipertensão moderada
 Acima de 179     Acima de 109     Hipertensão grave e severa
 Acima de 140     Menor que 90     Hipertensão Sistólica Isolada


Pressão arterial e exercício


O exercício físico realizado regularmente provoca importantes adaptações no sistema que vão influenciar no sistema cardiovascular, com o objetivo de manter a homeostasia celular diante das demandas metabólicas. Há aumento no débito cardíaco que como consequência há um aumento da pressão sistólica (redistribuição no fluxo sanguíneo), que acompanha as cargas de trabalho maiores e elevação da perfusão circulatória para os músculos em atividade. A pressão arterial sistólica (PAS) aumenta diretamente na proporção do aumento do débito cardíaco.

Adaptações da Pressão Arterial

- Menor PA para a mesma carga de trabalho;

- Diminuição da PAS e PAD em indivíduos hipertensos; 


FREQUÊNCIA CARDÍACA


A frequência cardíaca (FC) é um dos parâmetros cardiovasculares mais simples e, contudo mais informativos. A determinação da FC envolve a tomada do pulso do paciente, em geral na artéria radial ou na carótida. A frequência cardíaca é um bom indicador da intensidade do exercício. 
Treinamento x Frequência Cardíaca

Durante o exercício, há o aumento do débito cardíaco, da frequência cardíaca e do volume sistólico, numa proporção maior do que a diminuição da resistência vascular periférica. Logo, há o aumento da pressão arterial sistólica e a diastólica permanece a mesma.
Ao longo do tempo de treinamento, há  um efeito adaptativo do sistema (efeito crônico). O indivíduo treinado vai apresentar uma frequência cardíaca de repouso menor com um volume sistólico maior. Em um exercício físico, ao se atingir a frequência cardíaca máxima, essa permanece igual à de um indivíduo sedentário, porém é atingida em um tempo maior do que o mesmo. A frequência cardíaca em repouso é menor no treinado, mas sua frequência cardíaca máxima permanece a mesma.

Medindo a Frequência Cardíaca
A frequência cardíaca pode ser medida por dois métodos: manualmente ou pelo frequencímetro.
  1. Coloque os dedos indicador e médio sobre a parte inferior do punho, abaixo da base do polegar;
  2. Pressione firmemente os dedos planos até sentir o pulso (não usar o polegar para medir o pulso, pois há uma artéria nesse que pode mascarar a pulsação);
  3. Com um relógio conte os batimentos cardíacos por 6 segundos, multiplicando por 10ª quantidade de batimentos. Essa será a frequência  cardíaca de repouso.

  • Contar por 10 segundos e multiplicar por 6.
  • Contar por 15 segundos e multiplicar por 4.
  • Contar por 30 segundos e multiplicar por 2.
  • Contar por um minuto.


Quanto maior o tempo, mais preciso o resultado. O total deve ser sempre referente a um minuto, já que é esse o intervalo de tempo usado como parâmetro. A frequência é expressa em batimentos por minuto.



Alguns fatores podem interferir na medição da FC:

Posição do corpo: deitado ou imerso na água a FC é mais baixa do que em pé.
Temperatura: quanto mais alta a temperatura, mais alta a FC.
Sexo: as mulheres tem a FC geralmente de 5 à 7 bpm mais elevados que os homens com o mesmo condicionamento físico.
Quem fuma ou ingere bebidas com cafeína tem a FC aumentada.


sexta-feira, 3 de maio de 2013

Lactacidemia e Limiares de Lactato




O Lactato é o principal metabólito da via da Glicólise não oxidativa (ou anaeróbia), sendo esta via, de grande importância para o metabolismo energético por ter a capacidade de ressintetizar ATP com grande velocidade, sendo então, primordial em situações onde a demanda energética é muito elevada ou em intervalos de tempo curtos, onde o metabolismo aeróbio ainda não esta mobilizado afim de prover aquela demanda energética.

A formação do lactato vem da necessidade da re-oxidação das coenzimas NADH em NAD+, que são fundamentais no catabolismo da glicose a piruvato, para isso, a enzima Lactato Desidrogenase (LDH) utiliza o Piruvato como substrato para essa reação de oxi-redução, formando o Lactato. Ademais, para que o Piruvato seja utilizado no ciclo de Krebs, ele precisa ser transportado para o meio intra mitocondrial através dos MCT (Monocarboxylate Transporter), entretanto em intensidades mais altas de exercício, a produção de piruvato pela glicólise, supera a capacidade destes transportadores de enviar as moléculas de piruvato, é o ponto que chamamos de saturação dos MCT, o excesso de piruvato então, será utilizado na síntese de lactato para gerar energia.


Como podemos ver, o lactato está sempre em produção pelo nosso organismo, em pequena quantidade é verdade, para diversas funções biológicas, os eritrócitos por exemplo, utilizam apenas a glicólise anaeróbia como fonte de energia por não possuírem mitocôndria.Para325 manter esses níveis de lactato estáveis organismo possui mecanismos de utilizar o esqueleto de carbonos do lactato para produzir novas moléculas de glicose, durante o chamado Ciclo de Cori.


Pois bem, então, o que são limiares de lactato?


Simples, vimos que o piruvato, o metabólito central da via glicolítica, tem dois destinos: ser transportado para a mitocôndria e ser utilizado no ciclo de Krebs, ou ser convertido a lactato, e no caso do lactato este pode ser removido para sintetizar mais glicose (chamaremos de Clearence).
Os Limiares de lactato são os pontos em que o aumento na concentração de lactato sanguíneo altera sua taxa, no caso do exercício em carga progressiva, essa taxa aumenta.
Concentração de Lactato x Intensidade do Exercício

O primeiro limiar ocorre devido a saturação dos transportadores MCT, ocorrendo então, um acumulo de piruvato fora da mitocôndria, o que leva esse piruvato a ser convertido a lactato.

O segundo limiar corresponde ao ponto em que a crescente produção de lactato supera a capacidade do organismo de utilizar o lactato no ciclo de cori, o que causa outro aumento na taxa do acúmulo de lactato.
A partir dos limiares de lactato traçados, podemos visualizar zonas de treinamento de acordo com a intensidade.
A zona abaixo do 1 L.L. é denominada Sub aeróbia, entre os 2 limiares, é a zona aeróbia, dividida em extensiva e intensiva, e acima do 2º limiar, zona anaeróbia
O teste
Os limiares de lactato são, como todos parâmetros metabólicos, são exclusivos de cada indivíduo, para uma melhor prescrição de treinamento, é importante conhecer estes pontos para conhecer a faixa de intensidade do treinamento
A avaliação dos limiares de lactato consiste em um teste de esforço progressivo, com coletas de sangue do lóbulo ou da ponta do dedo a cada incremento de carga.
O sangue colhido deve ser colocado em uma fita de análise, que será lida pelo aparelho específico, o lactímetro.
Vantagens:
- é um teste relativamente simples, pode ser feito em diversas modalidades
- barato
- portátil

Desvantagens
- é um teste invasivo, necessita colher sangue
- pode ser substituído pela análise de dados respiratórios (em ergoespirometria)
Coleta de Sangue
Análise no Lactímetro
Utilização dos dados respiratórios do teste máximo para encontrar os limiares de lactato